Kalé durante o
seu primeiro jogo como técnico da AAB
A
equipe feminina de voleibol adulto da Associação Atletica Botucatuense conta
com um novo técnico. Marcos Sugiyama Esteves, mais conhecido como Kalé, assumiu
o comando da equipe neste mês de outubro.
O
ex-craque da seleção japonesa fez sua estréia como treinador do time feminino
livre da AAB no confronto contra Lençóis Paulista. E, apesar da derrota
por 3 a 1, as atletas estavam empolgadas com o início de trabalho de Kalé, no
clube a menos de dez dias. “Estamos muito felizes, ele já demonstrou que é um
ótimo técnico”, disse Alexandra Gonçalves.
A
história de Kalé com a AAB é antiga. Ele fez parte da vitoriosa equipe do
início da década de 1990, campeã do interior e vice-campeã paulista juvenil.
Depois, o botucatuense construiu uma carreira vitoriosa, passando por Lupo
Náutico [Araraquara], Santo André, Vibo Valentia [Itália] Sakai Blazers
[Japão], Suntory [Japão] e Toyoda (Japão). Aos 42 anos, Kalé também já defendeu
a seleção brasileira juvenil. Pela seleção japonesa, onde jogou por três anos,
foi campeão da Copa da Ásia em 2005.
Sobre
o fato de treinar uma equipe feminina com atletas de idades diferentes, Kalé
lembra que como jogar no Japão participava de muitas clínicas com senhoras. “A
equipe em que eu atuava tinha um programa que se chamava Mama Vôlei, destinado
a mulheres que queriam praticar o esporte. Era bonito de ver o envolvimento.
Isso fazia parte do nosso trabalho como profissional. Sempre depois do treino,
alguns jogadores davam clínicas para essas senhoras. Eu, como defendia a
seleção, conseguia levar muita gente nessas clínicas. Outra coisa que me dá
segurança é que nesses 14 anos que estive no Japão, aprendi a ter paciência.
Tenho certeza que será um desafio que vai ser saudável. Primeiro sou amigo
delas, depois técnico”, garante.
Sobre
a equipe da AAB, Kalé garante que pode contribuir para elevar bastante o nível
das atletas. “Com certeza, o nível de voleibol delas pode melhorar e é
isso que pretendo tentar oferecer, passar um pouco do meu conhecimento desses
28 anos jogando voleibol. Muita coisa eu aprendi e posso passar para elas. Sei
que no começo será complicado, mas vou motivá-las a fazerem uma cobrança entre
elas mesmas. Sempre digo que crítica não é falta de respeito e, saber criticar
e ouvir no voleibol, é essencial”, justifica.
Para
o vice-presidente de Esportes da AAB, Ché Fioretto, a AAB vai ganhar muito com
a vinda do Kalé. “A oportunidade que a AAB está tendo de contar com a
experiência e bagagem profissional do Kalé é espetacular. Isso vai engrandecer
ainda mais o depto de vôlei do clube. Conheço o Kalé a muitos anos e sei da
grande pessoa que é, em todos os sentidos, além do grande profissional”.
Kalé
revelou que está morando em Botucatu e que isso era um sonho antigo. “Esse era
meu primeiro sonho. O segundo era trabalhar naquilo que sempre busquei na minha
vida inteira, o voleibol, e o terceiro é, quem sabe, ajudar a resgatar o
esporte na cidade”, revelou.
O
ex-atleta disse esse resgate não começa pela montagem de um time profissional.
“Acho difícil montarmos uma equipe de competição, sem antes passarmos pela
base, pelo máster. Primeiro temos que montar uma equipe, evoluindo aos poucos,
crescendo junto com a cidade. Conheço muitas pessoas no meio, que podem nos
ajudar nesse projeto, mas temos que ir com calma, pois o momento não é bom e
não podemos dar um passo maior que a perna. Por mais que eu queira, aprendi no
Japão que temos que buscar a longevidade dos projetos”, afirma.
Além da AAB, kalé
também está envolvido em um projeto na categoria infantil destinado aos sócios
da AAF.