Ronaldo culpa hipotireoidismo por não conseguir perder peso
Entenda a doença que teria impedido o Fenômeno de se manter em forma
Daniela Teixeira/ RedeTVi
Nesta segunda-feira, 14, o maior artilheiro das Copas pôs fim a sua carreira como jogador de futebol.
Alegando sentir dores até para subir escadas, frutos de lesões reincidentes, ele também falou sobre seu excesso de peso, alvo de duras críticas por parte da imprensa e da torcida nos últimos tempos.
Para justificar a dificuldade em se manter em forma, Ronaldo culpou o hipotireoidismo, que é o funcionamento lento da glândula da tireoide, hormônio que controla o metabolismo da célula, conforme exemplifica Franz Burini, médico especializado em medicina esportiva: "é como se o metabolismo trabalhasse com o freio de mão puxado", conta .
Durante a entrevista coletiva dada à imprensa, Ronaldo disse que descobriu o hipotireoidismo há quatro anos, quando ainda jogava no Milan: "muitos aqui ficarão arrependidos de terem feito tanta chacota com o meu peso, mas não guardo mágoa de ninguém". Em outro ponto da declaração, ele contou que não fez o tratamento adequado para não se prejudicar no esporte. "Para eu controlar esse distúrbio teria que tomar uns hormônios que não são permitidos no futebol, que seriam um doping".
A afirmação foi prontamente rebatida por Eduardo De Rose, médico do COB, Comitê Olímpico Brasileiro, e especialista em antidoping: "o hormônio pode ser usado sem a necessidade de autorização, uma vez que ele não consta na lista dos medicamentos proibidos".
Ele também conta que, em caso de necessidade, o atleta pode fazer uso de qualquer remédio: "quando há justificativa médica, até os medicamentos proibidos podem ser utilizados pelos esportistas". A posição é reiterada por Franz Burini: "quando o jogador tem a necessidade de fazer uso de algum medicamento, o médico faz um cadastro dele com uma notificação específica alegando sua necessidade em receber o remédio".
Ao ser questionado sobre uma possível melhora de desempenho em campo por conta dos medicamentos para o hipotireoidismo, Burini é enfático: "eu só posso falar sobre a questão fisiológica. É óbvio que com o tratamento adequado há a perda de peso e, consequentemente, o atleta pode jogar melhor por estar mais leve. Mas, se os
remédios administrados têm relação direta com isso, não é possível dizer".
De acordo com ele, no entanto, o grande vilão do excesso de peso seria o uso de corticoides. Para se recuperar rapidamente de lesões, muitos atletas fazem uso crônico do medicamento - que tem ação anti-inflamatória e antialérgica, provoca a inibição da dor e, a longo prazo, acarreta o ganho de peso. Assim, os quilos extras de Ronaldo não teriam relação com o hipotireoidismo, mas seriam justificados pelo consumo do remédio, já que, sabe-se, o jogador fez uso desses medicamentos por muitas vezes para aguentar disputar as partidas após ser lesionado.
Vale ressaltar que a enfermidade é crônica, mas pode ser controlada. Entretanto, não há cura completa: "esse erro de funcionamento pode ser corrigido e controlado. Mas, é claro, que se o tratamento não for feito corretamente ou for interrompido, o problema volta", finaliza Burini.
fonte: redetv
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