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sábado, 17 de janeiro de 2015

Gegê: “O futebol me deu a oportunidade de conhecer o mundo”




Reginaldo José Matheus, Reginaldo Cambalhota ou Gegê. Ele é o tipo de pessoa tranqüila, que não faz muita questão de estar nos holofotes. Muitos dos garotos que ele treina todos os dias na Associação Atlética Botucatuense (AAB) nem imaginam quanta história ele tem dentro do futebol.

Começou a se interessar pelo esporte aos 5 anos. Antes de viajar o mundo por conta do futebol, jogou em vários times botucatuenses. Debutou na famosa Olimpíadas “Plínio Paganini”, atuando pela escola Capitão José Gomes Pinheiro, que nem existe mais.

Primeiro jogava na ponta direita, mas se destacou mesmo como centroavante Começou a se destacar no Boa Vista. “De lá fui negociado para o Bairro Alto por alguns pares de chuteira. Lembro quando o Orlando Facioli foi até a minha casa conversar como meu pai”, recorda rindo da situação. O ponto alto em Botucatu foi defender a seleção da cidade nos Jogos Regionais.  

Como jogador profissional, dá para afirmar que foi um cigano da bola. Em quase 17 anos de carreira passou por 14 clubes de três países. Iniciou a carreira no Marília quando o técnico Dudu era o técnico. Nessa época chegou a Seleção Paulista e a Seleção Brasileira Sub-21. O mesmo treinador o levou depois para o Palmeiras. Teve passagens pelo Atlético Mineiro, Joinville (SC), Yokohama F. Marinos (Japão), XV de Jaú, Noroeste, Barcelona de Guayaquil (Equador), Inter de Limeira, Sport de Recife, Náutico, Atlético Goianiense, Figueirense e Atlético Paranaense.

Não conquistou muitos títulos como jogador. No Palmeiras pegou a fase da chamada “vacas magras”. Mesmo assim foi campeão dos Torneios Internacionais Ramon de Carranza e Tereza Herrera, ambos na Espanha. Também foi octacampeão catarinense e vice-campeão equatoriano. O principal título, sem dúvida foi o título do Torneio Internacional de Toulon (França) pela seleção brasileira sub-21.

Gegê garante que toda a sua história no futebol foi boa. “Muitos tentam, mais pouquíssimos conseguem. O futebol me deu a oportunidade de conhecer 38 países, morar em lugares diferentes, conhecer culturas diferentes e um amadurecimento prematuro. Sou grato ao esporte, vivo dele até hoje”, afirma. Garante ainda não ter nenhuma mágoa do esporte. “Pelo contrário, sou grato ao esporte. O esporte transforma vidas”, diz.

Atualmente Gegê é professor das categorias de base (5 a 13 anos) do futsal da AAB. Ele também atua como auxiliar técnico do professor Marcos Rondelli nas competições que o clube disputa e treinador de futebol suíço.

O ex-craque não nega que tem o sonho de dirigir uma equipe de futebol profissional. “Estou me preparando para isso. Estou a caminho, claro se Deus assim permitir”, ressalta. Quando deixou os gramados fez Faculdade de Educação Física e já tem duas especializações na área. “Pretendo continuar estudando e me atualizando para chegar aos objetivos”, sinaliza.

Apesar de atuar mais fora das quatro linhas, Gegê não abandonou totalmente os campos. Ele tem jogado periodicamente pelo Palmeiras Master em diversos amistos. Participou, inclusive, de um dos jogos testes da nova Arena Palmeiras.  “Jogar pelo Palmeiras na verdade é como passar no vestibular. Muitos jogaram, mas poucos são os escolhidos para o time máster. É muito bom, estamos sempre reencontrando amigos e a remuneração também é boa”, brinca.

Aos 54 anos e ainda cheio de objetivos, Gegê garante que não mudaria muita coisa na sua vida se pudesse. “Com certeza me cuidaria mais. Quando somos jovens, pensamos que podemos tudo”, diz. Além do futebol, outra paixão do botucatuense é a filha Isabelle, que tem 13 anos. “O mais importante é ver minha querida filha crescer, estudar e se tornar uma cidadã. Gostaria de agradecer a Deus, a minha família, a minha querida mãe Deomar e toda diretoria da AAB por ter me dado a oportunidade de mostrar meu trabalho”, finaliza.


PERFIL
- Nome completo: Reginaldo José Matheus.
- Idade: 54 anos.
- Naturalidade: Botucatu
- Formação: Educador Físico
- Frase: “Fé em Deus”
- Um filme: Roque, o lutador
- Um livro: Médico de Homens e de Almas. A história de São Lucas. É a história da peregrinação de todos os homens através do desespero e das trevas da vida, através do sofrimento e da angústia, através da amargura e da tristeza, através da dúvida e do cinismo, através da rebelião e da desesperança até os pés e a compreensão de Deus.
- Time do coração: São Paulo e Palmeiras
- Hobby: Estar com a família, pescar no meu sítio e, é claro, jogar futebol

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